Flamengo e Vasco empataram em 1 a 1 na noite deste domingo (15), em jogo válido pela 26ª rodada do Brasileirão, e foi um daqueles empates que fazem a torcida ficar com a mão na cabeça, perguntando: “Como assim?” O jogo foi no Maracanã, com mais de 60 mil rubro-negros esperando uma vitória tranquila, mas, como dizem, no “Clássico dos Milhões”, a única coisa certa é a imprevisibilidade.
Primeiro tempo: dominamos, mas sem fazer
O Flamengo começou o jogo como quem vai para um churrasco e traz o melhor corte de carne: dominando o campo, trocando passes com liberdade e fazendo o Vasco correr atrás da bola como quem tenta pegar o último pedaço de picanha. Aos 21 minutos, Pulgar quase abriu o placar, mas Léo Jardim estava inspirado e fez uma grande defesa.
Arrascaeta também teve a sua chance, mas parece que o Vasco tinha contratado o próprio travessão como reforço. O meia uruguaio chegou a roubar uma bola de Sforza, mas o Léo Jardim, quase que por mágica, abafou o lance. Mesmo com o domínio, o Flamengo parecia mais preocupado em testar o coração dos torcedores do que em balançar a rede.
Do lado do Vasco, o primeiro tempo foi um misto de susto e alívio. Até os 35 minutos, o time só assistia ao Flamengo jogar, mas então David resolveu entrar no jogo, saiu cara a cara com o goleiro Rossi e acertou o travessão. Claro, o bandeirinha não ia deixar barato e assinalou impedimento, mas a mensagem estava dada: “O Vasco também joga, tá?”
Segundo tempo: a emoção estava no final
O segundo tempo chegou e o Flamengo voltou com a mesma intensidade, como se dissesse: “Hoje é dia de gol”. Bruno Henrique, que adora aparecer nos momentos decisivos, acertou a trave aos 16 minutos, enquanto Léo Ortiz, que até parece ter sido contratado para brincar de pingar bola na trave, repetiu a façanha aos 23. A torcida rubro-negra já estava começando a pensar que esse jogo ia virar um daqueles filmes de comédia romântica onde o gol só acontece no último minuto, e olha que não estava longe disso.
Mas, enfim, aos 26 minutos, o gol saiu. E quem marcou? Ele, o “Coringa” Gerson, que se aproveitou de uma jogada triangulada pela direita com Wesley e Arrascaeta para, finalmente, colocar o Flamengo na frente. Era o gol que todo mundo no Maracanã esperava, e a torcida começou a ensaiar o grito de vitória. “Agora vai!” Certo? Bem…
Coutinho volta em grande estilo (e com um gosto de ironia)
Quando parecia que a vitória era nossa, quem aparece? Philippe Coutinho! Isso mesmo, ele que passou um tempão fora por lesão e Covid-19, voltou ao Vasco e saiu do banco de reservas para ser o protagonista. Rayan puxou um contra-ataque fulminante, passou para Emerson Rodríguez, que serviu Puma Rodríguez, que cruzou na medida para Coutinho marcar e deixar tudo igual aos 41 minutos. Um roteiro digno de filme! O Coutinho, que não marcava pelo Vasco há 14 anos, voltou em grande estilo para frustrar a festa rubro-negra.
O Flamengo, que já estava de olho no jogo de quinta-feira contra o Peñarol pela Libertadores, ainda tentou, mas parecia que o gás havia acabado. O empate estava decretado, e o Vasco conseguiu um pontinho precioso no Maracanã.
Próximos desafios
Agora, o Flamengo foca no duelo de meio de semana, pela Libertadores, contra o Peñarol, às 19h de quinta-feira (19), no primeiro jogo das quartas de final. Para o torcedor rubro-negro, fica a esperança de que, no torneio continental, as traves sejam mais “amigáveis” e os gols venham com mais facilidade. Já o Vasco, com uma semana livre para trabalhar, volta a campo no próximo domingo (22), quando recebe o Palmeiras, às 16h, em São Januário.
No fim, o empate de ontem pode não ter sido o que o torcedor do Flamengo esperava, mas foi, com certeza, mais uma prova de que o futebol é imprevisível. E enquanto o Mengão segue sua jornada na busca de mais títulos, o Vasco mostrou que, mesmo nos momentos mais improváveis, eles podem surpreender — e, claro, fazer a torcida rival rir para não chorar.